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sábado, 1 de agosto de 2020

plagiado do

Benfiquistas com Voz – Bernardo Deu o Mote ( post  de Daniel Oliveira, com o qual concordo e, por isso,  publiquei neste blog )


Vamos aqui todos ser directos e honestos com tudo isto.

É ou não é verdade que nos últimos 15 anos criou-se uma mentalidade acrítica 
no Sport Lisboa e Benfica? 
Parece-me um facto incontestável.

Sim há pequenos focos críticos. Há alguns espaços que promovem o pensamento
 critico. Mas na generalidade criou-se no Benfica a mentalidade do “apoia”.

Uma grande maioria, incluindo os dirigentes e os meios de comunicação do clube
(à cabeça a BTV), fomenta uma ideia de guerra, de nós contra os outros. E assim
 cria-se uma realidade onde os benfiquistas devem elogiar o que é seu e denegrir
o que é dos rivais. O sentido critico  dos benfiquistas  passa a ser exclusivo dos
 clubes adversários.

Perdeu-se até a noção do que significa apoiar. Apoiar o clube é ignorar e/ou defender
 o que de errado é feito por quem nos dirige? Ou é também apontar esses erros e exigir
 melhorias e mudança?

Estamos a falar de um clube do qual os adeptos sempre, mas sempre mesmo, se gabaram
 de ser democrático ainda quando o país vivia uma ditadura. Um clube onde os adeptos
 sempre  gabaram a pluralidade de ideias. Um clube onde os adeptos sempre apontaram
 o dedo  aos métodos do Pinto da Costa, incluindo os seus métodos pouco democráticos
 de gestão.

Mas nos últimos 15 anos tudo mudou. Parece que passámos a viver mais os programas
 televisivos do  que o próprio clube. Importante não era o representante benfiquista
 analisar com qualidade a actualidade do seu clube. Não. Importante era que batesse
 muito no adversário, fosse com verdades ou com mentiras descaradas. Quantas
 vezes não nos foi dito “não deviam discutir essas coisas publicamente,  é dar arma 
aos rivais”? Quantas vezes?

No final da época não é altura de se discutir o clube. Porquê? Porque se ganhou então
 devemos  reconhecer o mérito. Ou então porque se perdeu e não é o momento de bater
 mas sim de apoiar. O arranque da época não é o momento de debater o clube. Porquê?
 Porque não podemos desestabilizar.  Temos de apoiar para começarmos bem.
A meio da época não é o momento de debater o clube. Porquê? Pelos mesmos motivos do
 ponto anterior. É momento de apoiar e deixar as criticas para o final da época. Mas como
 já se sabe...  também o final da época não é o momento para debater o clube.

Sim, esta foi a mentalidade que Luís Filipe Vieira instaurou no benfiquismo.

Os adeptos não devem ser ouvidos. Os adeptos não devem ter massa critica. Os adeptos
 simplesmente  servem para encher o estádio e dar receitas de merchadising. O papel dos
 adeptos é ser fonte de receita e fonte de motivação para os atletas.

Aqueles adeptos que se atreverem a pensar o clube, a se preocuparem e a discutirem
 o seu clube,  esses adeptos não são verdadeiros adeptos.
- Anti-benfiquistas
- Dragartos
- Vale e Azevedistas
- Velhos do Restelo
- Abutres
- Garotões
- Tachistas

Etc, etc e etc.

São demasiados os episódios em que vemos quem está no clube atacar os adeptos.
 Os ataques na BTV, os ataques do Pedro Guerra, os ataques no Jornal O Benfica, os
 ataques do  José Nuno Martins, os  insultos do presidente do clube, as tentativas de
 agressão do presidente do  clube, a(s) agressão(ões) do presidente do clube e os
 ataques de outros membros da direcção.

Sob o lema “O Benfica é dos sócios” foram feitas alterações estatutárias que retiraram
 voz e poder aos sócios. Alguém se lembra de Manuel Damásio? Alguém se lembra de como
 ele saiu da presidência do Sport Lisboa e Benfica?

Sob o lema “O Benfica é dos sócios” foi criado um canal de propaganda onde sócios
 críticos são  rebaixados  e até insultados.

Sob o lema “O Benfica é dos sócios” o vice-presidente Nuno Gaioso sentiu-se confortável
 o suficiente para dizer o seguinte aos sócios em plena Assembleia-Geral do clube:

- Os vossos votos não nos interessam porque vocês não percebem nada do assunto.
- O maior activo do Benfica é o presidente Luís Filipe Vieira.

Sob o lema “O Benfica é dos sócios” a actual direcção do Benfica conseguiu colocar os
 benfiquistas  a ter  de pagar mais 1/3 que os rivais para assistirem aos jogos da sua
 equipa.

Sob o lema “O Benfica é dos sócios” esta direcção dirigida por Luís Filipe Vieira tentou
 utilizar  o dinheiro do clube para garantir as suas reformas e encher os bolsos dos seus
 amigos e companheiros de negócios, numa OPA totalmente escandalosa – desde os
 motivos apresentados,  aos beneficiários e ao método  de financiamento.

Esta direcção comporta-se há mais de 15 anos como se o Benfica fosse deles, deles
 dirigentes.  E não dos  sócios. E os sócios permitem isso. Permitem isso porque permitem
 não ter voz.  Permitem isso porque agem  como agentes de censura desta direcção.
 Permitem isso porque  permitem que não se discuta o clube.

Vamos ter eleições em Outubro. Ainda não começou a campanha eleitoral. E o que já
 vemos por  esta internet fora? Propagação de mentiras, de fake news, sobre os vários
 candidatos. A máquina  de propaganda  de Vieira – Hugo Gil e companhias – já anda a
 montar o seu pequeno espectáculo.

Nos últimos 5 dias são as mais variadas informações com que me deparo sobre os
 candidatos.  E quando  questiono as pessoas que vejo partilhar essas informações sobre
 as mesmas elas  nunca têm a fonte da sua informação, nunca têm o sustento. Leram
por aí. Afirmam  que num canal a figura Xdisse Y.  Afirmam com convicção. Mas quando
 questionadas se viram  tal afirmação... não viram.

E foi nisto que Vieira transformou a democracia do Benfica. Qualquer opositor irá ser
 enxovalhado na praça pública e quase sempre com mentiras. Irá ser insultado. Irá ser
 conotado  ao Porto ou ao Vale e  Azevedo. Serão sempre aventureiros que nunca fizeram
 nada pelo Benfica  e agora querem vir retiradividendos do trabalho da actual direcção.

Muitos adeptos com este discurso nem sequer se apercebem que andam tão perdidos nessa
 narrativa  que acabam por apelar ao fim das eleições no clube, ao fim da Democracia
 do Benfica.

Se ninguém se deveria poder candidatar. Se ninguém poderia sequer poder criticar. Então
 isto é o quê?

E como sempre temos a BTV a tomar a opção de não realizar debates, de não participar
 no processo  eleitoral.

Como é que os benfiquistas aceitam isto? Como é que se aceita que a televisão de um
 clube paga  pelos  adeptos do clube, simplesmente ignore o acto eleitoral? As eleições de
 um clube não  são um momento crucial da sua existência? Então como pode o canal
 do clube se fechar às mesmas?

Chega a altura das eleições e a BTV fecha a discussão do clube. Corta um espaço de
 divulgação do  clube. O canal do clube promove a não pluralidade de ideias, o pensamento
anti-democrático, a não  discussão do clube, o não viver o clube. O canal do clube fecha
 as portas e as janelas aos seus  adeptos  Afasta os benfiquistas das decisões da vida do clube.
 Mais uma vez, tira voz aos benfiquistas.

Já sabemos que Vieira não debate. À imagem de Pinto da Costa. Estratégia que aprendeu
 com o seu mentor. Vieira só dá entrevistas, entrevistas controladas. Entrevistas bajuladoras.
 Entrevistas onde  possa exercer o seu monólogo sem contradição. Porque Vieira não aceita
 o sentido critico no Benfica, não aceita ser contrariado. Vieira não aceita debater o Benfica
 e o seu trabalho. Mais uma vez, corta  a voz, corta a discussão, corta o pensamento e a
 análise critica aos benfiquistas. Vieira esconde-se  para não se expor. Vieira esconde-se para
 não colocar o seu poder em cheque.

E os benfiquistas vão continuar a aceitar isto?

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